sexta-feira, 23 de abril de 2010

Texto : Letícia Thompson

Todo mundo se engana um dia ou outro,

mas ninguém gosta de admitir.

Admitir para os outros, dói.

Mas admitir para si mesmo é ainda pior.

Enganar-se é mentir-se e nem sempre estamos

conscientes de que nosso mundo,

ou o que vivemos, é bem real.

Perdemos um tempo enorme lutando pelas

nossas idéias, nossas crenças,

nosso amor e chega um dia que precisamos

baixar os braços.

A realidade muitas vezes chega de forma brutal e

se joga sobre nós sem piedade.

É nesses momentos que o mundo perde todo o sentido,
que queríamos fechar os olhos e tentar fazer com que nada tivesse acontecido, queríamos dormir e dormir até que pudéssemos acordar para chegar à conclusão que
tudo não passou de um pesadelo.

Pior mesmo é quando se trata de amor.

Acreditamos cegamente no sentimento e defendemos

uma pessoa de todo nosso ser, nos sentimos capazes

de morrer por ela, nos colocamos contra o mundo todo

e depois temos que admitir que nos enganamos.

Essa descoberta nos paralisa, paralisa nossos

sonhos e nossos sentidos.

Bloqueia nosso coração.

Só mesmo depois de muitas lágrimas derramadas

e noite mal dormidas é que conseguimos colocar

nossas idéias em ordem.

E ainda assim tentamos achar desculpas,

razões que justifiquem nossa cegueira,

nosso erro,

nosso engano.

Mas não há justificativas.

Todo mundo erra e isso faz parte do nosso

aprendizado da vida.

Enganar-se, mesmo se doloroso, é humano.

Muitas vezes quando tropeçamos não caímos,

mas damos dois ou três passos à frente.

Na vida é a mesma coisa.

Uma pessoa que fracassa não é um fracassado por inteiro.

É apenas um ser humano com um coração infantil.

E se ele for capaz de ultrapassar essas barreiras e

dar a volta por cima, será um alguém rico
de experiências e que saberá melhor que qualquer

outra pessoa a fazer suas escolhas e ter o

discernimento para saber qual o melhor

caminho a tomar.
 
  Letícia Thompson
 

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